Manaus (AM) – Nesta quinta-feira (13), professores municipais de Manaus anunciaram a paralisação das atividades nas escolas de Manaus, um ato em protesto contra o Projeto de Lei apelidado de “PL da Morte”, que propõe uma reforma na previdência dos professores de Manaus. A categoria denuncia que a proposta, encaminhada pela Prefeitura e apoiada por vereadores da base governista, representa um retrocesso e ameaça direta aos direitos trabalhistas e à aposentadoria de quem dedicou décadas a educação da sociedade Manauara.
De acordo com os professores, a condução do projeto tem ocorrido sem diálogo transparente e sem a devida participação das categorias afetadas. As entidades sindicais classificam a medida como um ataque à dignidade e à segurança financeira de professores, agentes de saúde, técnicos administrativos e demais servidores da administração municipal.
“Essa reforma é imposta sem escuta, sem debate, e ignora completamente a realidade dos trabalhadores. Estamos sendo punidos por uma má gestão que não valoriza quem faz a máquina pública funcionar”, declarou uma servidora da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) durante o ato de mobilização.
Além da insatisfação com o conteúdo da proposta, o movimento também critica a condução política e administrativa da atual gestão. Manifestantes destacam que a Prefeitura, ao mesmo tempo em que tenta alterar regras previdenciárias, deixa de enfrentar problemas estruturais que afetam diretamente a população manauara.
Entre as principais queixas, estão a falta de saneamento básico, a infraestrutura urbana precária e a desvalorização dos servidores públicos, que, segundo eles, trabalham sob condições adversas e com baixos investimentos nos serviços essenciais.
Os organizadores do movimento convocaram um grande ato para a quinta-feira, na Câmara Municipal de Manaus, onde pretendem pressionar os vereadores a rejeitarem o projeto. A expectativa é reunir servidores de diferentes secretarias e áreas do funcionalismo.
“Manaus exige respeito e transparência. O prefeito precisa ouvir quem mantém a cidade funcionando. Essa luta não é só dos servidores, é de toda a população”, afirmam os representantes do movimento.
A mobilização também se estende às redes sociais, onde servidores pedem apoio da comunidade escolar, pais e alunos, reforçando que a reforma poderá afetar diretamente a qualidade dos serviços públicos e o futuro da cidade.
Enquanto o impasse se intensifica, o clima político na capital amazonense segue tenso. De um lado, o Executivo defende a necessidade de “ajustes fiscais” para garantir a sustentabilidade do regime previdenciário; de outro, os servidores exigem transparência, diálogo e respeito aos direitos conquistados ao longo dos anos.
Na próxima sessão legislativa, os olhares estarão voltados para a Câmara Municipal — e a pressão das ruas promete marcar mais um capítulo da disputa entre os trabalhadores e a gestão municipal.