O investimento controverso: Amazonprev, Banco Máster e a crise que envolve Wilson Lima
Reportagem Especial: Presidente do Amazonprev, Ary Vasconcelos filiado ao União Brasil, foi o contador da campanha de Wilson Lima e foi quem autorizou a aplicação de R$ 50 milhões de dinheiro dos aposentados do Estado do Amazonas.
Em junho de 2024, a Fundação Amazonprev, responsável pela previdência dos servidores públicos do Amazonas, aplicou R$ 50 milhões em títulos do Banco Máster. O problema: os papéis não tinham cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e foram adquiridos sem análise formal de risco ou autorização colegiada, descumprindo normas internas da fundação.
Poucos meses depois, o Banco Máster entrou em colapso e foi liquidado pelo Banco Central, deixando em aberto o destino dos recursos aplicados.
A ligação com Wilson Lima
Documentos e investigações apontam que a operação foi autorizada por Ary Renato Vasconcelos de Souza, presidente da Amazonprev e aliado político do governador Wilson Lima (União Brasil). Ary foi contador da campanha de Lima e sua indicação para o fundo reforça a ligação direta entre o governo e a decisão de investir no banco.
Além disso, outras aplicações de alto risco, somando cerca de R$ 300 milhões, foram realizadas pela Amazonprev, ampliando a crise e colocando a gestão do patrimônio previdenciário sob forte questionamento.
A investigação da Polícia Federal
A operação “Compliance Zero”, deflagrada pela Polícia Federal, prendeu o dono do Banco Máster, Daniel Vorcaro, e revelou suspeitas de fraude na captação de recursos. A PF agora apura se houve favorecimento político ou irregularidades na decisão de aplicar dinheiro público em uma instituição já fragilizada.
Reações e impacto
- Servidores e sindicatos exigem explicações e maior transparência na gestão da Amazonprev.
- Órgãos de controle como o Tribunal de Contas e o Ministério Público acompanham o caso.
- Wilson Lima tenta se afastar da polêmica, afirmando que os pagamentos de aposentados e pensionistas estão garantidos, mas enfrenta desgaste político e pressão por responsabilização.
O que está em jogo
- Segurança dos aposentados: o risco de perdas no fundo gera insegurança entre beneficiários.
- Credibilidade do governo: a ligação direta entre gestores da Amazonprev e Wilson Lima coloca o governador sob escrutínio.
- Transparência institucional: a ausência de análise colegiada expõe fragilidades nos mecanismos de controle.
