CCJ da Câmara aprova cassação do mandato de Carla Zambelli

Processo, por quebra de decoro parlamentar, segue agora para votação no Plenário da Câmara, onde será submetido ao voto dos 513 deputados.


BRASÍLIA — A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, o processo de cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A decisão foi tomada com base em um relatório que aponta a ocorrência de quebra de decoro parlamentar.

A acusação central contra a parlamentar se refere ao episódio de apresentação e perseguição com arma de fogo, ocorrido em plena via pública em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. O caso, amplamente divulgado em vídeos, gerou ampla repercussão e deu origem a um processo no Conselho de Ética da Câmara, que posteriormente encaminhou o parecer pela cassação à CCJ.

O relator do processo na comissão, deputado Duda Salabert (PDT-MG), votou pela perda do mandato. Em seu voto, argumentou que as ações da deputada extrapolaram o direito de legítima defesa e configuraram "grave comprometimento da dignidade do cargo".

PRÓXIMOS PASSOS

Com a aprovação na CCJ, o processo segue agora para a etapa final: a votação em Plenário. Todos os 513 deputados serão convocados para decidir, em sessão marcada para as próximas semanas, se confirmam ou não a cassação. Para que o mandato seja cassado, é necessário o voto favorável da maioria simples dos presentes (metade mais um).

Se a cassação for confirmada pelo Plenário, Carla Zambelli perderá imediatamente o mandato, a partir da publicação do resultado no Diário Oficial da União. Ela também ficará inelegível por oito anos, conforme determina a Lei da Ficha Limpa. A vaga seria preenchida pelo suplente mais votado de sua coligação na eleição de 2022.

REPERCUSSÃO

A defesa da deputada afirmou, em nota, que a decisão da CCJ é "política e injusta" e que aguardará a votação no Plenário, onde acreditam ser possível reverter a decisão. Já parlamentares que votaram pela cassação defenderam que o ato visa "preservar a honra da Casa e estabelecer um precedente ético".

A votação no Plenário promete ser tensa e acompanhada de perto, num ambiente político já polarizado. A última cassação de um deputado federal ocorreu em 2021, com a perda do mandato de Flordelis (PSD-RJ).

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