Em declaração contundente, Ricardo Lewandowski critica a gestão da segurança pública no estado e afirma que "guerra civil e força bruta não acabam com o crime organizado".
BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, cobrou uma decisão do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), sobre a crise de segurança no estado. Em declarações à imprensa nesta quinta-feira, o ministro afirmou que o governador deve "assumir a responsabilidade" pela situação ou, caso sinta que não possui condições de administrá-la, "jogar a toalha e pedir" uma intervenção federal.
A sugestão mais direta feita por Lewandowski foi a requisição de um instrumento como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autoriza o emprego das Forças Armadas em apoio à segurança pública. O ministro também citou, como opções mais radicais, o "estado de sítio" ou uma "intervenção", mecanismos constitucionais de último caso.
A declaração é a mais enfática do governo Lula em relação à escalada da violência no Rio, que tem sido palco de ataques a ônibus, arrastões e confrontos entre facções.
Crítica à Estratégia de Segurança
| Fonte: Estadão | 
Ao fazer a provocação, Lewandowski foi crítico em relação às estratégias adotadas até o momento pelas autoridades estaduais. Sem poupar palavras, classificou a situação no Rio como uma "loucura" e reiterou a posição do governo federal de que a pura repressão não é a solução.
"Guerra civil e força bruta não acabam com o crime organizado", afirmou o ministro, ecoando o discurso do Planalto que defende uma abordagem combinando ações de segurança com políticas sociais.
O posicionamento joga a responsabilidade para o governador, pressionando-o a definir um caminho: ou demonstra capacidade de conter a crise com os recursos do estado, ou recorre formalmente ao auxílio da União, o que, politicamente, seria interpretado como uma derrota de sua gestão.
Até o momento, o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, não se manifestou oficialmente sobre as declarações do ministro. A bola agora está com Claudio Castro, que precisa equilibrar a pressão por resultados imediatos com as complexas implicações políticas de um pedido de intervenção federal.