Artigo de Opinião: A dança das alianças e os tropeços verbais na corrida eleitoral do Amazonas
No entanto, como toda boa trama política, os bastidores contam outra história. Rumores recentes indicam que David Almeida estaria articulando uma reviravolta: abandonar o barco de Omar Aziz e se aliar ao atual governador do Amazonas, cuja imagem está visivelmente desgastada e aparece nas últimas posições das pesquisas de intenção de voto. Se confirmada, essa mudança seria uma “pernada” política de alto impacto, capaz de redesenhar completamente o tabuleiro eleitoral.
O que está por trás dessa possível guinada?
A resposta pode estar na velha máxima da política: sobrevivência. David Almeida, embora tenha reafirmado que não será candidato ao governo, parece estar em busca de protagonismo e influência. Ao se aproximar de um governador enfraquecido, ele pode estar tentando assumir o papel de fiador de uma nova coalizão, onde sua força política em Manaus serviria como moeda de troca para garantir espaço e poder em um eventual governo.
O discurso inflamado e os limites da retórica
A tensão política ganhou novos contornos após um discurso recente de David Almeida, no qual o prefeito se descontrolou e atacou a oposição com termos agressivos, chegando a chamar adversários de “político vagabund0”. Embora não tenha citado nomes, a declaração foi rapidamente associada ao sargento Salazar, um dos principais opositores da atual gestão.
Esse tipo de retórica, além de perigosa, revela o clima de acirramento que já domina a pré-campanha. A política exige firmeza, mas também responsabilidade. Quando um líder público recorre a insultos, ele não apenas desqualifica o debate, como também compromete sua própria imagem diante de uma sociedade que espera maturidade e respeito institucional.
Minha análise
A possível ruptura entre David Almeida e Omar Aziz, somada ao flerte com um governador em baixa, mostra que a eleição de 2026 será marcada por alianças voláteis e discursos cada vez mais agressivos. O eleitor amazonense terá o desafio de separar o teatro político da substância programática. E os candidatos, se quiserem conquistar a confiança popular, precisarão mais do que ataques verbais — terão que apresentar propostas concretas e coerência política.
Afinal, em tempos de crise de representatividade, o que se espera dos líderes é menos espetáculo e mais compromisso com o futuro do Amazonas.
