Surto de Hepatite D em Eirunepé Expõe Colapso Sanitário e Isolamento da População


Nos últimos meses, o município de Eirunepé (AM), localizado na calha do Rio Juruá, no sudoeste do Amazonas, enfrenta um surto alarmante de Hepatite D — considerada uma das formas mais graves da doença. A crise sanitária se intensifica diante de um cenário de colapso nos serviços públicos, especialmente nas condições de sepultamento das vítimas.

No dia 30 de junho de 2025, a senhora Rosângela Henrique da Silva faleceu em decorrência da Hepatite D e foi enterrada fora dos limites do cemitério municipal, às margens de um igarapé que deságua no Rio Juruá — principal fonte de abastecimento hídrico da cidade. As covas, abertas em um terreno próximo à unidade de saúde local e separadas dela apenas por esse curso d’água, vêm se multiplicando nas imediações, conforme registros fotográficos recentes.


O córrego onde ocorrem os sepultamentos encontra-se visivelmente contaminado e infestado por animais peçonhentos, agravando os riscos de saúde pública. Fontes ouvidas pelo blog suspeitam que há subnotificação de óbitos relacionados à Hepatite D por parte da Secretaria Municipal de Saúde, sendo os laudos oficialmente registrados como "cirrose hepática".

A situação é agravada pelo isolamento logístico da cidade. Há dois meses, a companhia aérea Azul — única operadora de voos comerciais na região — suspendeu definitivamente suas operações no município devido a problemas na pista de pouso. O transporte fluvial também é precário: não há barcos de passageiros, apenas balsas que levam cerca de 20 dias para chegar a Manaus, e que transportam exclusivamente mantimentos.

Até o momento, nenhuma autoridade municipal se manifestou publicamente sobre a crise. Caso haja pronunciamento oficial, esta matéria será atualizada.

Com informações do Blog do Hiel Levy

Postar um comentário

Sua opinião é importante!

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato