Na madrugada deste sábado (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. A medida foi cumprida imediatamente, e Bolsonaro já se encontra na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Segundo a decisão, a prisão preventiva não representa início de cumprimento de pena, mas foi determinada para manutenção da ordem pública. O ex-presidente permanecerá detido até o encerramento do prazo de recursos pela defesa, previsto para segunda-feira (24).
O pedido foi motivado por um episódio ocorrido na noite anterior, quando o senador Flávio Bolsonaro convocou apoiadores para uma vigília em frente ao condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. Durante o tumulto, autoridades identificaram uma possível tentativa de violação da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro.
Um documento oficial do Centro de Integração de Monitoração do Distrito Federal comunicou ao STF que às 00h08 houve atividade irregular no equipamento de monitoramento. O registro apontou sinais de tentativa de rompimento da tornozeleira, o que poderia facilitar uma fuga.
O alerta foi considerado crítico e levou o STF a agir rapidamente. O ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma, convocou um julgamento virtual extraordinário para segunda-feira (24), das 8h às 20h, a fim de referendar a decisão da prisão preventiva.
Além disso, uma audiência de custódia foi marcada para domingo (23), ao meio-dia, na sede da Polícia Federal.
A prisão preventiva de Bolsonaro ocorre em meio a um cenário de forte polarização política no país. Desde que deixou a Presidência, o ex-mandatário enfrenta múltiplas investigações, incluindo suspeitas de incitação a atos antidemocráticos e irregularidades em sua gestão.
A tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, somada à mobilização de apoiadores em frente ao condomínio, foi interpretada como risco concreto à ordem pública e à segurança institucional.
O que esperar
- Domingo (23): audiência de custódia na PF.
- Segunda (24): julgamento virtual no STF para confirmar a prisão preventiva.
- Defesa: prazo até segunda para apresentar recursos.
Enquanto isso, Bolsonaro seguirá detido na Superintendência da Polícia Federal, sob vigilância reforçada.