Uma operação de grande escala realizada pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI) em conjunto com a Polícia Civil resultou na interdição de 49 postos de combustíveis nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. A ação, batizada de Operação Carbono Oculto 86, tem como objetivo desmantelar um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis supostamente vinculado ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).
Esquema bilionário e práticas fraudulentas
De acordo com as investigações, os postos interditados movimentaram cerca de R$ 5 bilhões nos últimos anos. O esquema envolvia práticas como a adulteração de combustíveis — com destaque para a mistura ilegal de metanol — e o uso da chamada “bomba baixa”, que entrega menos combustível do que o registrado. Além disso, os envolvidos utilizavam empresas de fachada e fintechs para ocultar patrimônio e dificultar o rastreamento financeiro.
Avanço do crime organizado no setor energético
A operação representa uma resposta direta ao avanço do crime organizado no setor de combustíveis, considerado estratégico pela força-tarefa. Segundo o MP, o PCC tem ampliado sua atuação em áreas econômicas formais como forma de diversificar suas fontes de renda e lavar recursos ilícitos.
As autoridades destacam que a investigação continua em curso e que novas medidas judiciais podem ser adotadas nos próximos dias. A interdição dos postos é considerada um passo importante para enfraquecer a estrutura financeira da organização criminosa e proteger os consumidores de práticas lesivas.
Impacto regional e próximos desdobramentos
A operação teve repercussão imediata nas regiões afetadas, com consumidores e sindicatos do setor cobrando maior fiscalização e transparência. O MP reforçou que os postos interditados permanecerão fechados até que todas as irregularidades sejam apuradas e os responsáveis, devidamente responsabilizados.
A Operação Carbono Oculto 86 é mais um capítulo na luta contra o crime organizado no Brasil, evidenciando a complexidade e o alcance das redes criminosas que atuam no país.