Quem é Ana Paula Veloso Fernandes, a estudante de Direito suspeita de envenenar quatro pessoas e dez cães
A Polícia Civil de São Paulo e do Rio de Janeiro investiga uma série de crimes que chocaram o país: a estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, é apontada como responsável por pelo menos quatro homicídios por envenenamento e pela morte de dez cachorros, supostamente usados como teste para os efeitos do veneno.
Ana Paula estudava Direito em uma faculdade particular de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, até janeiro de 2025, quando pediu transferência para uma instituição em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo as investigações, ela teria agido com frieza e premeditação, utilizando substâncias tóxicas como o “chumbinho” para cometer os crimes.
Vítimas e modus operandi
As mortes atribuídas à estudante ocorreram entre janeiro e maio de 2025:
- Marcelo Hari Fonseca, vizinho de Ana Paula em Guarulhos, foi encontrado morto em 31 de janeiro. Ela e sua irmã gêmea, Roberta Cristina, alugaram uma casa nos fundos do imóvel e foram as responsáveis por acionar a PM.
- Maria Aparecida Rodrigues, conhecida por Ana Paula através de um aplicativo de relacionamento, foi encontrada morta em 11 de abril. A estudante tentou incriminar um ex-namorado policial militar pela morte.
- Hayder Mhazres, tunisiano que teve um relacionamento com Ana Paula, morreu após consumir um milk-shake envenenado. Ela ainda teria fingido estar grávida e pedido dinheiro à família dele.
- Neil Corrêa da Silva, pai de Michelle Paiva da Silva, ex-colega de faculdade, morreu em Duque de Caxias após comer uma feijoada. Michelle teria pago R$ 4 mil para que Ana Paula cometesse o crime.
Testes com animais
Antes dos homicídios, Ana Paula teria envenenado dez cachorros com chumbinho para testar os efeitos do veneno. O ato cruel reforça a suspeita de que os crimes foram meticulosamente planejados.
Ana Paula foi presa preventivamente em julho de 2025. A Justiça já abriu ação penal contra ela, sua irmã Roberta e Michelle Paiva da Silva. Segundo o delegado Halisson Ideião, do 1º DP de Guarulhos, Ana Paula demonstrava obsessão pelas investigações, visitando frequentemente a delegacia e tentando manipular os rumos do inquérito.
De acordo com o delegado, Ana Paula apresentava comportamento manipulador e prazer em matar. “A motivação pouco importa pra ela, ela quer matar”, afirmou Ideião. O Ministério Público classificou a estudante como uma possível “serial killer”, com motivações que variam entre vingança, interesse financeiro e desejo de controle.
Próximos passos
A investigação segue em curso, com exames periciais para confirmar o tipo de veneno utilizado. A defesa de Ana Paula afirma que pretende colaborar com a apuração dos fatos e zelar pelos direitos da acusada.