Amazonas decide em 2026: Omar Aziz vs. Capitão Alberto Neto

Amazonas 2026: A eleição que pode redefinir o tabuleiro político do estado


As eleições de 2026 no Amazonas prometem ser um verdadeiro campo de batalha político, onde estratégias ousadas, alianças improváveis e uma polarização cada vez mais acentuada desenham um cenário imprevisível. No centro desse turbilhão está Wilson Lima, atual governador, que chega ao fim de seu mandato com a popularidade em frangalhos e tenta reinventar sua trajetória mirando uma vaga no Senado. Mas o caminho está longe de ser fácil.

Wilson Lima enfrenta uma rejeição significativa após anos de desgaste político e escândalos administrativos. Sua tentativa de migrar para o Senado esbarra em dois nomes que despontam com força nas pesquisas: Eduardo Braga, veterano da política amazonense, e Capitão Alberto Neto, representante da nova direita bolsonarista. Ambos têm capital político consolidado e, ao que tudo indica, estão à frente de Lima na corrida senatorial.

Diante da dificuldade de se viabilizar como senador, Lima articula nos bastidores uma manobra arriscada: convencer Alberto Neto a ceder sua vaga ao Senado e disputar o governo do estado. A proposta é sedutora para a direita — especialmente com o apoio declarado de Jair Bolsonaro, mesmo às vésperas de enfrentar uma possível prisão. A ideia seria transformar Alberto Neto em um palanque bolsonarista no Amazonas, enfrentando Omar Aziz, nome forte da centro-esquerda.

Essa possível configuração desenha uma disputa emblemática entre direita e esquerda no estado. A capital, Manaus, historicamente mais alinhada com pautas conservadoras e bolsonaristas, tende a apoiar Alberto Neto. Já os municípios do interior, com forte presença de políticas sociais e vínculos com lideranças progressistas, costumam pender para a esquerda — como se viu nas últimas eleições polarizadas, em que a esquerda saiu vitoriosa.

A equação é complexa: se a direita conseguir unificar seu discurso e capitalizar o apoio de Bolsonaro, mesmo em meio a turbulências judiciais, pode conquistar a capital com folga. Mas a esquerda, com Omar Aziz e o recall das vitórias anteriores, pode repetir o feito e vencer no interior, onde o voto é mais sensível às políticas públicas e à presença do Estado.

Mais do que cargos, o que está em jogo em 2026 é o futuro político do Amazonas. A eleição será um termômetro da força do bolsonarismo no Norte, da capacidade de renovação da esquerda e da habilidade de Wilson Lima em se manter relevante. Se conseguir emplacar Alberto Neto no governo e garantir sua vaga no Senado, Lima pode ressuscitar politicamente. Se fracassar, pode ser o fim de sua carreira.

A polarização está posta. Resta saber se o eleitor amazonense vai repetir o padrão das últimas disputas ou surpreender com um novo arranjo. Uma coisa é certa: o Amazonas será um dos estados mais observados do país em 2026.

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