Transplante de Esperança: Acre Realiza 104º Procedimento com Apoio da FAB e do SUS
Na última quinta-feira (17), o estado do Acre alcançou uma marca histórica ao realizar o 104º transplante de fígado, graças à mobilização de profissionais da saúde, ao suporte logístico da Força Aérea Brasileira (FAB) e à estrutura oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento foi conduzido pela equipe da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), única habilitada para transplantes hepáticos na região Norte.
Logística que Salva Vidas
O fígado foi doado por uma família do interior de Goiás, que autorizou a doação após a perda de um ente querido. A captação ocorreu na cidade de Santa Helena e exigiu uma operação delicada: o órgão foi transportado até Rio Branco em tempo recorde com o apoio da FAB, garantindo que o paciente — acometido por hepatite B e delta — pudesse receber o transplante dentro da janela segura.
A Força do “Sim”
O cirurgião hepatologista Leonardo Mota, responsável pelo procedimento, destacou que cada transplante só é possível graças à decisão de doar. “Cada ‘sim’ salva uma vida. É isso que mantém esse trabalho vivo”, afirmou. A presidente da Fundhacre, Sóron Steiner, reforçou que cada transplante representa mais do que técnica médica — é um ato de compromisso com a vida.
SUS: Pilar da Equidade em Saúde
O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, ressaltou que o sucesso do transplante é fruto de políticas públicas sérias e da atuação do SUS, que garante acesso à saúde especializada mesmo em regiões com desafios logísticos como a Amazônia. “Fazer o SUS funcionar é fazer com que quem está na fila de um transplante não espere em vão”.
Por Que Falar Sobre Doação de Órgãos?
- Mais de 40 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil.
- A doação só acontece com autorização da família — por isso, é essencial conversar sobre o desejo de ser doador.
- Um único doador pode salvar até 8 vidas e transformar muitas outras.
Esperança que se Multiplica
O transplante realizado no Acre é mais do que um marco médico — é um lembrete poderoso de que a solidariedade pode atravessar estados, vencer o tempo e devolver o futuro a quem já não o enxergava. E tudo isso é possível porque existe um sistema público de saúde que funciona, profissionais comprometidos e famílias que, mesmo na dor, escolhem doar.