ESTARÍAMOS MELHOR SE ENVIRA PERTENCESSE AO ACRE?


Geógrafo diz que população de cidades do Amazonas devem dizer se querem fazer parte do Acre. O professor diz que é preciso defender um discurso não oportunista

O doutor em Geografia Política e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ricardo José Batista Nogueira, em um artigo de sua autoria, defendeu a redivisão territorial do Amazonas. Entre as propostas está a consulta pública para ouvir a população de Boca do Acre sobre pertencer ao estado do Acre.

No artigo publicado no site BNC Amazonas, o professor defende, ainda, que além de Boca do Acre, os moradores dos municípios de Guajará, Ipixuna, Eirunepé e Envira também devem ser consultados sobre a possibilidade de pertencer ao Acre.

De acordo com o geógrafo, muitos dos municípios do Amazonas sequer possuem arrecadação própria/ Foto: Reprodução

O posicionamento de Ricardo Nogueira vai contra os argumentos de tradicionais políticos do Amazonas, que defendem o aumento no número de prefeituras e câmaras municipais no estado.

“Penso que é preciso ter coragem para defender um novo arranjo político-administrativo que não seja apenas oportunista, mas que considere, pelo menos um aspecto fundamental: a rede urbana amazonense e os fluxos de relações existentes entre os lugares, as pessoas, a busca por serviços etc”, diz trecho da publicação.

De acordo com o geógrafo, muitos dos municípios do Amazonas sequer possuem arrecadação própria. Dessa forma, ele defende também, a extinção de alguns municípios e remembramento a outras cidades. Além disso, o professor sugere a consulta à população de Lábrea e Humaitá sobre pertencer ao Estado de Rondônia.

O assunto surgiu após sugestão feita pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT), durante sessão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na última semana, sobre a criação de 45 novos municípios no estado.

Sobre o tema, o professor da Ufam afirmou que o assunto surgiu às vésperas das eleições, como bandeira de campanha de políticos. “O tema aparece como discurso libertador para as “sofridas populações do interior”, que dependem de inúmeros serviços públicos que estão mais concentrados na capital”, ressalta.

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