Na manhã desta quarta-feira (19), um avião vindo da Venezuela foi destruído após entrar irregularmente no espaço aéreo brasileiro e pousar em uma pista clandestina localizada na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A aeronave é suspeita de estar a serviço do tráfico de drogas.
Segundo informações da Força Aérea Brasileira (FAB), o piloto conseguiu fugir pela mata logo após o pouso e, até o momento, não foi localizado.
De acordo com a FAB, a aeronave cruzou a fronteira por volta das 7h sem plano de voo, sem informar rota e sem estabelecer comunicação com os órgãos de controle.
- Inicialmente, foi classificada como “aeronave suspeita”, enquadramento utilizado em casos associados a possíveis ações de organizações criminosas.
- O Comando de Defesa Aeroespacial acionou caças para realizar a interceptação.
- Os pilotos seguiram o protocolo padrão: tentaram contato em diferentes frequências, buscaram identificar a aeronave e ordenaram que o piloto se dirigisse a um aeródromo previamente determinado.
- Como não houve resposta, foram efetuados tiros de aviso para forçar o cumprimento das ordens.
Mesmo assim, o piloto ignorou as determinações e prosseguiu em direção ao território Yanomami.
Diante da insistência em desobedecer, a aeronave foi reclassificada como “hostil”. O avião só pousou ao chegar à região de Surucucu, em uma pista clandestina de terra já dentro da Terra Indígena Yanomami.
Militares foram enviados ao local em um helicóptero, mas, ao desembarcarem, constataram que o piloto havia abandonado a cabine e fugido para a mata.
A ocorrência reforça a preocupação das autoridades brasileiras com o uso de territórios indígenas como rota do narcotráfico internacional. A região Yanomami, de difícil acesso e com vastas áreas de floresta, tem sido alvo de operações contra garimpo ilegal e tráfico de drogas.
A ação também evidencia a política de defesa aeroespacial do Brasil, que prevê protocolos rígidos para aeronaves que entram sem autorização no espaço aéreo nacional, especialmente em áreas de fronteira.
Próximos passos
- Buscas pelo piloto continuam na região de mata fechada.
- A aeronave foi destruída para impedir reutilização por organizações criminosas.
- O caso será investigado em conjunto pela FAB, Polícia Federal e Ministério da Defesa.